CENTRO ESPÍRITA GRUPO DA FRATERNIDADE E LUZ
Departamento de Estudos Doutrinários

O Evangelho Segundo o espiritismo

PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO[1]

 O Retorno do filho Pródigo. 1773. Por Pompeo Batoni, atualmente no Kunsthistorisches Museum, em Viena
http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1bola_do_Filho_Pr%C3%B3digo


Evangelho de São Lucas (Lucas 15:11-32)

 11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos.
 12 O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.
 13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente[2].
 14 E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades.
 15 Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.
 16 E desejava encher o estômago com as alfarrobas[3] que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada.
 17 Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
 18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
 19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.
 20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
 21 Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
 22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;
 23 trazei também o bezerro, cevado[4] e matai-o; comamos, e regozijemo-nos,
 24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se.
 25 Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças;
 26 e chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
 27 Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
 28 Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele.
 29 Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos;
 30 vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
 31 Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu;
 32 era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.


INTERPRETAÇÕES

            Esta é a última das três parábolas sobre perda e redenção[5], na sequência da Parábola da Ovelha Perdida e da Parábola da Moeda Perdida, que Jesus conta após os fariseus e líderes religiosos o terem acusado de receber e compartilhar as suas refeições com "pecadores". A alegria do pai descrita na parábola reflete o amor divino, a "misericórdia infinita de Deus" e "recusa de Deus em limitar a sua graça".
            O pedido do filho mais novo de sua parte da herança é "ousado e insolente" e "equivale a querer que o pai estivesse morto". Suas ações não levam ao sucesso e ele finalmente se torna um trabalhador por contrato, com a degradante tarefa (para um judeu) de cuidar de porcos, chegando ao ponto de invejá-los por comerem vagens de alfarroba. Em seu retorno, o pai trata-o com uma generosidade muito maior do que ele teria o direito de esperar.
            O filho mais velho, ao contrário, parece pensar em termos de "direito, mérito e recompensa" ao invés de "amor e benevolência". Ele pode representar os fariseus que estavam criticando Jesus.

            Na Doutrina Espírita, segundo Emídio Brasileiro, "a parábola do filho pródigo representa a misericórdia divina diante dos nossos equívocos praticados na senda da nossa evolução espiritual (...) Jesus censura a ingratidão filial, a luxúria, a falta de administração dos bens materiais, o ciúme e a ausência de compaixão.(...)Jesus ressalta também que não há crime que não possa ser perdoado e redimido.(...) Ensina ainda que não se alcança uma perfeição espiritual se não tiver amor ao seu próximo, arrependimento diante dos erros praticados, humildade para reconhecer os equívocos e coragem para recomeçar".



[1] O Filho Pródigo é talvez a mais conhecida das parábolas de Jesus, apesar de aparecer apenas em um dos evangelhos canônicos. De acordo com Lucas 15:11-32, a um filho mais novo é dada a sua herança. Depois de perder sua fortuna (a palavra "pródigo" significa "desperdiçador, extravagante"), o filho volta para casa e se arrepende. Esta parábola é a terceira e a última de uma trilogia sobre a redenção, vindo após a Parábola da Ovelha Perdida e a Parábola da Moeda Perdida. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1bola_do_Filho_Pr%C3%B3digo).

[2] Dissolutamente: Descontroladamente, desregradamente, sem critérios. (http://www.dicionarioinformal.com.br/dissolutamente/).

[3] Alfarroba: A alfarrobeira (Ceratonia siliqua) é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba (do hebraico antigo charuv (חרוב), a semente, pelo árabe al karrub, a vagem, corrupção daquele outro termo). Também é designada pelos nomes vulgares de figueira-de-pitágoras e figueira-do-egipto. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfarroba).

[4] Cevado: Cheio, gordo, bem nutrido. (http://www.dicionarioinformal.com.br/cevado/).

[5] Redenção: é um conceito religioso ligado ao fim da culpa pelos pecados. Segundo Sigmund Freud, no texto O futuro de uma ilusão - a religião possui a finalidade de libertar o ser humano da culpa que ele sente por viver em civilização.                                               (http://pt.wikipedia.org/wiki/Reden%C3%A7%C3%A3o).


Palestra de Haroldo Dutra Dias sobre O Filho Pródigo


CAPÍTULO XI – AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO – ITEM 09

INSTRUÇÕES dos ESPÍRITOS

A LEI de AMOR


9. O AMOR é de ESSÊNCIA DIVINA e TODOS vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. É fato, que já haveis podido comprovar muitas vezes, este: O HOMEM, por mais abjeto, vil e criminoso que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer viva e ardente afeição à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções.
A um ente ou um objeto qualquer, disse eu, porque há entre vós indivíduos que, com o coração a transbordar de amor, despendem tesouros desse sentimento com animais, plantas e, até, com coisas materiais: espécies de misantropos que, a se queixarem da Humanidade em geral e a resistirem ao pendor natural de suas almas, que buscam em torno de si a afeição e a simpatia, rebaixam a lei de amor à condição de INSTINTO. Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se DESENVOLVE e CRESCE com a MORALIDADE e a INTELIGÊNCIA e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana.
Há pessoas a quem repugna a reencarnação, com a ideia de que outros venham a partilhar das afetuosas simpatias de que são ciosas. Pobres irmãos! O vosso AFETO vos torna EGOÍSTAS; o vosso amor se restringe a um círculo íntimo de parentes e de amigos, sendo-vos indiferentes os demais. Pois bem! para praticardes a lei de amor, tal como Deus o entende, preciso se faz chegueis passo a passo a amar a todos os vossos irmãos indistintamente. A tarefa é longa e difícil, mas cumprir-se-á: Deus o quer e A LEI DE AMOR constitui o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia MATARÁ O EGOÍSMO, qualquer que seja a forma sob que se apresente, dado que, além do egoísmo pessoal, há também o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. DISSE JESUS: “Amai o vosso próximo como a vós mesmos.” Ora, qual o limite com relação ao próximo? Será a família, a seita, a nação? Não; é a HUMANIDADE INTEIRA. Nos mundos superiores, o amor recíproco é que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam, e o vosso planeta, destinado a realizar em breve sensível progresso, verá seus habitantes, em virtude da transformação social por que passará, a praticar essa lei sublime, reflexo da Divindade.
Os EFEITOS da LEI de AMOR são o Melhoramento Moral da Raça Humana e a Felicidade durante a Vida Terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam; fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes.
Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mal grado, cede. É um ímã a que não lhe é possível resistir. O contacto desse amor vivifica e fecunda os germens que dele existem, em estado latente, nos vossos corações. A Terra, orbe de provação e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado e verá praticados na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas FILHAS do AMOR. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João, o Evangelista. Como sabeis, quando a enfermidade e a velhice o obrigaram a suspender o curso de suas prédicas, limitava-se a repetir estas suavíssimas palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros.”
Amados irmãos, aproveitai dessas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos” e vereis a Terra em breve transformada num Paraíso onde as almas dos justos virão repousar.


Fénelon. (Bordéus, 1861.)



FÉ E CARIDADE

Espírito: ANDRÉ LUIZ

Dizem que toda pessoa de fé viva sofre, incessantemente, nas obras da caridade, em nome do Cristo, no entanto, vale explicar porque isso acontece.
Espíritos pessimistas aceitam a derrota de quaisquer iniciativas, antes de começa-las.
Egoístas moram nas próprias conveniências.
Tíbios desrespeitam as horas.
Frívolos vivem agarrados à casca das situações e das coisas.
Oportunistas querem vantagens e lucros imediatos.
Vaidosos desconhecem, propositadamente, a necessidade dos outros.
Impulsivos criam problemas.
Toda pessoa, porém, que confia no Cristo é, consequentemente, alguém que procura servir, assimilando-lhe exemplos e lições, e, por isso mesmo, é indicada por Ele ao trabalho do bem, de vez que chamar preguiçosos e indiferentes não adianta.

Livro: Ideal Espírita - Espíritos Diversos - FCX     




MENSAGEM DA CRIANÇA

Dizes que sou o futuro,
Não me desampares no presente.
Dizes que sou a esperança da paz,
Não me induzas à guerra.
Dizes que sou a promessa do bem,
Não me confies ao mal.
Dizes que sou a luz dos teus olhos,
Não me abandones ás trevas.
Não espero somente o teu pão,
Dá-me luz e entendimento.
Não desejo tão só a festa do teu carinho,
Suplico-te amor com que me eduques.
Não te rogo apenas brinquedos,
Peço-te bons exemplos e boas palavras.
Não sou simples ornamento de teu carinho,
Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus.
Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão.
Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo.
Corrija-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra...
Ajude-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.


Extraído do livro "Cartas do Coração" - Francisco C. Xavier
Espírito: Meimei




QUANTA LUZ

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