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- Solidão aparente
Posted by : Centro Espírita Grupo Fraternidade e Luz
domingo, 5 de janeiro de 2014
Xavier e o Chico.
Os doentes e obsediados surgiam sempre, mas logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto. Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos da vida familiar.
O grupo ficou limitado a três companheiros. Dona Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos.
José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros,
credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento. Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a frequência ao grupo pelo menos por alguns meses. Vendo-se sozinho, o médium também quis ausentar-se.
Mas na primeira noite em que se achou a sós no Centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu e disse:
– Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.
– Continuar como? Não temos frequentadores.
– E nós? – disse o espírito amigo. – Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto. Em seguida, abria “O Evangelho Segundo o Espiritismo” ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.
Por essa ocasião, sua vidência alcançou maior lucidez. Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento.
Transcrito do Livro "Lindos Casos de Chico Xavier" de Ramiro Gama.